Imagina ter que escrever e enviar uma carta pelo correio!
Pense só se isso fosse missão para uma criança de poucos anos de vida.
Se a gente que viveu este mundo à época e tem idade para isso [mas não conta pra ninguém], já tem certa dificuldade com um ou outro processo para se enviar uma carta, o que se dirá dos pequenos?
Dificuldades à parte, faça agora o exercício de se lembrar de como é a sensação de receber uma correspondência.
O formato da letra, o cheiro do papel e até a forma pessoal da linguagem, davam a certeza de que passear os olhos pelo texto traria mais saudades e sentimentos sobre o remetente.
Todas as inúmeras mudanças na forma de se comunicar com alguém que aconteceram da "época das cartas" até hoje, motivaram a Credeal a desenvolver uma ação que denunciasse da forma mais incrível e fofa esse choque geracional.
Sim, a Credeal convidou algumas crianças da Casa Hope, que é uma instituição que cuida dos pequenos com câncer e transplantados, a escreverem cartas a alguns idosos que não conheciam, da Associação Brasileira de Apoio à Terceira Idade (ABRATI), organização que oferece cursos e diversas atividades aos vôzinhos e vózinhas.
Usando o "Natal" como tema, as crianças partiram então para a escrita, usando papel, lápis e tudo!
Mais do que promover este encontro de gerações, a ação foi uma forma de encurtamento de distâncias e também de apresentar novas sensações, como a de lentamente "desenhar" uma palavra com as próprias mãos. Além disso, tal qual faziam os Maias, as crianças também aprenderam, na prática, como fazer para enviar estas cartas pelos Correios!
Envios realizados e enfim os destinatários receberam os envelopes! A surpresa foi proporcional também deste lado. Afinal de contas, receber uma carta é tão incomum, nos dias de hoje, quanto se enviar uma.
A troca de histórias fez com que o pensamento fosse bem longe e era como se estivessem ali, lendo as palavras de algum parente distante.
Foi muito emocionante, sim! E nos bastidores teve muito choro, não vamos negar.
Agora, chegava a hora destas cartas serem respondidas e de uma maneira tão desafiadora para eles quanto foi para os pequenos: com um vídeo pelo celular.
Celular em pé ou deitado?
Ao vivo ou gravado?
Em qual rede?...
Depois de alguns desafios superados, as gravações foram todas feitas.
Por fim, as crianças receberam os vídeos de resposta pelo celular e o ciclo se fechou. A lição que ficou é que conectar gerações, principalmente em épocas como a do Natal, é algo que pode e deve ser feito, com as ferramentas que tivermos.
É preciso de um pouco de dedicação e tempo, mas vale à pena. Para nós, ficou o registro de uma história muito bonita de aprendizado, revisitas e aproximações.